Poeira de estrelas eu sou
Amalgamado em matéria
Minha anima encerra
Num mais que efêmero momento.
Tudo dissolve-se no fio do tempo
Tão inimaginavelmente longo
Que toda dor ou contentamento
Nem mais ressoam.
Apenas um franzino rastro
De minha fugaz existência
Restará quando o tempo
Sequer couber em si.
O fim é quimérico;
O decurso é eterno.
Vazio em plenitude:
Infinitamente-fim.
Fernando Person
Santana de Parnaíba, 25 de abril de 2021